Música urbana
Martelos retumbam em coro frenético, pausam e retomam, em compasso medido, marretas graves, martelo agudo. Uma buzina ecoa, martelos continuam. Um cachorro late. Um gigante se ergue, batidos alucinados, o pulsar do concreto. Uma matilha diversa canta protesto. Crianças gritam, melodias sem nexo. As batidas esvanecem, assim como o grito. A batalha sonora, vez ou outra, volta à tona. Luta que ressoa e prevalece, música urbana. Gênero musical que, por instantes, silencia a alegria dos bandos. A harmonia das flores emudece, mas voltará oportuna, anunciando a beleza ancestral. No fim, como sempre, regerá soberana a sinfonia natural.
(15/09/25)