Wingene

José Eugênio

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Natureza

Adeus ao finito

Zeus, Thor, Tupã, deuses do trovão, ressoam seu martelo na terra. Todavia, é o clarão do raio que anuncia o estrondo. Sua luz é fruto da incrível força eletromagnética, um mistério da antiguidade, esclarecido pelas equações de Maxwell. Eletricidade e magnetismo compõem de forma sublime a beleza dessa força. Quando visível, pinta os olhos com os tons da natureza. Nas mãos humanas, ilumina cidades, tece teias digitais.

Mais forte que Hércules, uma força curva o espaço, desvia a retilínea luz, domina os astros mais distantes: a gravidade de Newton. Governando com maestria a dança dos corpos celestes. Desafia os voos da vida e a engenhosidade humana.

Na esteira dos famosos cientistas, surge da física atômica um poder ignorado pelos deuses primordiais: duas forças nucleares, conhecidas como fraca e forte. Partículas elementares obedecem ao seu soberano poder, o qual rege sua dança quântica.

A meta, que nos estudos se gesta, trabalha as quatro forças no verdadeiro deus almejado. Um deus sem nome, além de Zeus e Tupã, objetivo de toda existência, a espera do ocaso final. Onde o infinito se dobra em silêncio, quando restará apenas a música das partículas. Com um coro de átomos dançando no escuro, saudando o adeus ao finito, despede-se o pálido ponto azul.

(04/09/25)

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