Odisseia interior
Muitos se perdem em um labirinto de incertos caminhos, buscam a fuga voando nas frágeis asas da quimera, em um voo impossível. Perdidos na infindável monotonia da rotina, como Sísifo condenado a empurrar sua pedra montanha acima diariamente. As ofuscantes luzes da ignorância os mantêm cativos, perseguidos pelo minotauro: um monstro que sufoca a força e astúcia do Ulisses interior, náufrago no vasto oceano da informação. A verdadeira odisseia não se realiza onde não há escolha, mesmo que difícil. A heroica jornada do navegante começa com a decisão de enfrentar Cila, o monstro de seis cabeças, ou Caríbdis, o colossal redemoinho.
De posse do leme dessa odisseia, doma-se a força do selvagem touro, aquele que ofuscava e confundia as trilhas da mente. Assim, surge a sabedoria de Atena, que repousa em cada ser, trazendo a verdadeira chama que ilumina a consciência. Uma luz que descortina a bússola, mensageira do verdadeiro objetivo, o qual não está nas alturas do monte Olimpo — esse fatal destino das asas de cera de Ícaro. Seu norte orienta a heroica jornada até o confortável sítio das Cárites, as deusas da beleza e da alegria, que ordenam e confortam a mente. Liberta do labirinto, a mente reluz o triunfo da verdadeira odisseia interior: navegar no plácido mar da felicidade.
(30/08/25)