Wingene

José Eugênio

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Amor

Divino amor

Psiquê, humana princesa. Sua notável figura encantava os olhares, a deusa da beleza sentia-se afrontada por sua magia. Incomodada pela inveja, Afrodite planejou uma cruel vingança: cegar de paixão a frágil oponente a um horrível monstro. Para a sórdida trama, uma única flecha de Eros, seu filho, bastaria. Mas o dono do arco se curva à nobre dama, encantado pela formosa princesa. Ansiando o enlace de uma utópica união. Divina e humana, desafio ao Olimpo. Clama então, o Deus do amor, o auxílio de Zeus, que compadecido atende sua súplica. Seu poder transmuta Psiquê em deusa da alma. Uma simples mortal ascendia ao panteão.

Mas o amor e a alma são inseparáveis, o primeiro divino, o segundo o que anima. Amor, substância etérea, expansão dos sentidos que brilham e saciam. A alma é a vida que vivencia os sentidos, inseparável dos mesmos. Sentimentos que fluem em rios dourados de prazer e de dor. Amar é divino porque está acima destes rios, nas belas asas do Cupido, flutua superior. Não sofre, não sente, somente existe. Eleva a alma, imortaliza a união.

A força do divino alia-se ao vivo, marcando em cores eternas a história finita. De seres normais, de corpo mortal, para sempre o calor. O humano se eleva ao divino num panteão expandido. Iluminando o caminho dos deuses, da alma e do amor, almas eternas, um só coração.

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