Momentânea existência
Não sabemos como o Universo surgiu ou se existe em infinitas cosmogonias. As estrelas e outros corpos celestes, como os planetas, são explorados em busca de respostas. Já se conhece muito sobre eles, o sistema solar e o nosso planeta, mas ainda existem perguntas a serem respondidas.
Recentemente, foi lançado ao espaço pela NASA o telescópio James Webb, com um espelho primário de 6,5m, que irá tentar elucidar algumas destas perguntas. O maior telescópio espacial lançado até o momento, o Hubble, tinha um espelho de 2,4m.
Vida
A vida surgiu na Terra e provavelmente em outros planetas porque existiam condições favoráveis para isso. Tais condições são raras, como se pode ver pelas buscas para encontrar planetas que possam oferecê-las.
Não se pode pensar na vida como conhecemos hoje sem citar a teoria da evolução das espécies de Charles Darwin. De acordo com ele, existe um processo de seleção natural que permite a sobrevivência dos indivíduos melhor adaptados.
Os ancestrais do senhor dos animais, que expandiram sua capacidade de pensar além de qualquer animal, povoam todo o planeta, inventando um mundo cada dia mais seu. Um mundo distinto do natural, criado para conforto e sofrimento de sua humanidade.
Humanidade
A humanidade vem aprendendo e criando ao longo dos anos, primeiro éramos coletores, depois aprendemos a caçar, a cultivar, a criar animais. Mais tarde, veio a revolução industrial e surgiram os produtos manufaturados. Com eles, as linhas de montagem com a monótona e exaustiva exploração dos operários.
A automação e robôs foram, aos poucos, reduzindo esse fardo. Impulsionada pela eletrônica cada vez mais avançada, mãe da grande rede, a Internet. A teia vista nos cabos ou invisível nos ares conectou bilhões de seres. O poder dos cérebros sem sangue cresceu, gerando a inteligência das máquinas, que tornou-se presença ubíqua nas telas cativantes. Todavia, o humano não aprendeu a viver sem depredar a natureza que o sustenta, bem como não soube distribuir com equidade o conforto que inventou.
O seu egoísmo se amplia ao ponto de ansiar a imortalidade. Tecendo teorias, cria deuses antropomórficos, eternos e poderosos. Pintando horizontes de uma vida imortal, que vença a morte, seu destino.
Morte
Longe das divagações religiosas, a morte se configura como o fim da existência. Mas esta não terá sido inútil, se cada um cuidar para garantir um bom futuro para as próximas gerações. Aparentemente, não é isso que temos feito. Estamos a cada dia solapando os recursos naturais do nosso planeta, sem pensar nas consequências para o futuro de nossos filhos e netos.
Que mundo esperamos reservar para aqueles que tanto amamos? Parece que o nosso egoísmo está nos deixando cegos. Somente acreditamos naquilo que nos convém. Se plantar uma árvore nos traz um retorno financeiro, então plantamos. Se, para garantir um planeta mais sustentável a longo prazo, precisamos plantar esta mesma árvore, o custo do plantio pode ser um forte impedimento.
Pensar que a vida natural permanecerá independente desta momentânea existência, na escala de bilhões de anos — talvez até da eternidade — ressignifica o ocaso da humanidade, iluminando o futuro de um universo pulsando o brilho da vida.
(31/12/21)